Construção civil e mudanças climaticas
Vahan Agopyan e Vanderley M. Jonh, 2011. Editora Bluncher, volume 5.
3 A contribuição da construção para as mudanças climáticas 3.1 Fundamentos
Seis bilhões de humanos consumindo volumes crescentes de produtos já começam a afetar a composição química da atmosfera que protege os habitantes do planeta. O clima da Terra não é uma constante, e apresenta variações drásticas: nas eras glaciais boa parte do planeta foi coberta por gelo. Enfrentamos também oscilações periódicas, como os conhecidos El Nino e La Nina, que afetam o hemisfério sul e o Brasil, em particular. Mas hoje, existem fortes evidências que as ações humanas estão interferindo no clima.
Em termos globais, a temperatura média da Terra é simplificadamente fruto de um balanço energético: energia recebida do Sol menos a energia emitida para o espaço. O Sol não é uma máquina constante, e a energia emitida pela estrela varia ao longo do tempo. Por outro lado, a capacidade de a Terra emitir energia para o espaço depende da transparência da camada atmosférica. Essa transparência é variável, pois é afetada pela concentração de vapor de água, poeiras e de alguns elementos químicos bloqueiam radiações na faixa do infravermelho. A atividade humana no planeta tem como um dos resultados o aumento da concentração de gases que como CO2, CH4 e N2O, gases esses que reduzem a transparência da atmosfera para a dissipação da energia emitida pela Terra [1]. Medidas da concentração de CO2 no ar preso em geleiras formadas há centenas de milhares de anos (cuja idade é datada por carbono 14, a partir dos fósseis orgânicos presentes) mostram que, após o início da revolução industrial, por volta de 1750, a concentração desse gás começou a subir rapidamente (Figura 3.1).
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As principais fontes desses gases é a liberação para a atmosfera de carbono que estava preso na crosta terrestre, pela queima de