Considerações sobre a umbanda
(Roberto da Matta)
INTRODUÇÃO
A Umbanda é uma religião tipicamente brasileira. Na verdade, pode-se dizer que ela não existe em nenhuma outra parte do mundo. Além do sincretismo clássico entre a herança religiosa africana, indígena e o Catolicismo, a Umbanda absorveu elementos do Espiritismo Kardecista, de modo que, no decorrer dos rituais, o fiel se comunica com espíritos desencarnados.
Os livros de divulgação da doutrina umbandista, habitualmente, sugerem dois argumentos: o primeiro, de que divindades cultuadas na Umbanda e no Candomblé são de origem africana, e que com a convivência no Brasil, sofreram um processo de sincretismo com a tradição católica. Outro argumento diz que a Umbanda “desvirtuou” o sentido original das crenças africanas, sendo possível agora reconhecer influências indígenas e kardecistas, a partir de então incluídos no estudo de suas origens.
As umbandas existentes são ricas em variações doutrinárias e seus participantes são exímios mestres em inovar, em assimilar influências, em compor rituais. Procedem em suma, de acordo com o movimento duplo já apontado: manter uma certa unidade sem abrir mão das múltiplas variações.
Este trabalho pretende esclarecer um pouco mais sobre a religião umbandista, suas crenças, práticas e praticantes, dentro de um contexto relativista. Pretende, ainda, relacionar a Umbanda aos estudos de seus autores, alunos dos cursos de Psicologia e Farmácia.
ORIGENS
A Umbanda é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da