Conflitos da populaçao civil

Os conflitos atuais e o drama da população civil
O século XX é considerado, pelo menos por enquanto, como o mais violento de todos os tempos. Segundo estimativas, ao menos 250 conflitos pipocaram ao redor do globo nos últimos cem anos. Eles vitimaram mais de 100 milhões de pessoas, número inédito na história da humanidade. Basta comparar. Segundo estimativas, no século XVIII o total de mortos não ultrapassou 7 milhões. No século XIX, o número chegou a 19 milhões de vítimas fatais. A situação recente é ainda mais sombria. Desde 1990, contam-se anualmente os mortos às centenas de milhares e até aos milhões, dependendo da fonte.
No epicentro das matanças raramente encontramos soldados fardados ou guerrilheiros lutando nas frentes de batalha em nome de nações, exércitos ou facções rivais. Os maiores atingidos são mesmo civis desarmados. Segundo organismos internacionais, eles hoje perfazem algo como 90% das vítimas de guerra, um contraste gritante com o início do século XX quando a proporção entre baixas militares e civis era quase inversa.
Quem imagina civis morrendo no fogo cruzado entre forças rivais, no entanto, está enganado. A verdade é que a população tornou-se o alvo central dos ataques, motivados por ódios étnicos e religiosos, por confrontos políticos ou pela simples busca de interesses econômicos. Ao lado de execuções em massa, estratégicas como estupro e a tortura despontam como marcas registradas desses conflitos, ações estas empregadas com o objetivo deliberado de aterrorizar comunidades inteiras.
A outra faceta da catástrofe que atinge os civis nas zonas de conflito da atualidade são os movimentos populacionais de dimensões inéditas. A cada ano, milhões de pessoas ameaçadas pela guerra deixam seus países para buscar proteção em nações vizinhas. São os refugiados, que passam a viver em condições precárias em acampamentos geralmente instalados nas áreas de fronteira. Idealizados como um abrigo provisório, aquilo que deveria ser uma estadia