Conclusão O Metodo 6
Para Edgar Morin, quando o lucro se torna um imperativo a qualquer custo, transforma as pessoas em meros instrumentos. É o que expõe neste livro
Thiago Cid
As crises são situações extremas que forçam a busca de soluções. Em torno de um motivo comum - a superação da crise - o ser humano tem a oportunidade de transcender suas tendências egoístas em benefício do bem geral. É o que o filósofo francês Edgar Morin explica em seu livro "O Método 6: Ética" - último volume de sua série de seis livros sobre Método.
Nunca a humanidade se viu diante de uma crise ambiental tão eminente. Crise que não se restringe somente à relação do homem com o meio, mas do homem com seu próximo e consigo mesmo. Uma crise dos modelos de produção e de civilização. E nunca uma mudança se fez tão urgente. As cartas estão na mesa. Para Morin, a solução da crise depende do empenho do homem em se conhecer e fundamentar sua ética.
No livro em que identifica como um dos principais de sua obra, o autor deixa claro sua transdisciplinaridade. Este enfoque multifacetado é o que distingue seu trabalho como um dos mais densos e plurais do final do século XX e início do XXI. "Complexidade" é a palavra-chave para entender Morin; é o método que relaciona os elementos das diversas áreas do saber; uma estrutura multidisciplinar que revela as ligações intrínsecas entre ideologia, política e ciência.
Considerando sempre a natureza misteriosa do universo e a imprevisibilidade do gênero humano, o livro Ética é um mergulho nesta natureza volátil e ambivalente do homem. Desbrava suas motivações e inseguranças, dando subsídios ao leitor para penetrar mais profundamente em sua alma e analisar quais forças o põe em movimento. A partir de uma análise que elimine suas auto-justificativas e auto-indulgências, o ser humano terá condições melhores de formar alianças civilizadas com sua comunidade e com o planeta.
As transformações históricas e revoluções científicas possibilitaram a emancipação