Comédias de Costumes
Adalto encerrava o seu turno de faxina em um dia que até então parecia normal, porém mal sabia ele que estava prestes a vivenciar um dos momentos mais bizarros de sua vida. O hotel Acapulco, localizado na extremidade oeste da praia das Dunas tinha um aspecto medonho. As altas dunas, que jaziam na frente do mesmo, impossibilitavam a vista do mar, resultando na impressão de um ambiente desértico. Já eram quase onze e meia da noite, e restavam poucos funcionários acordados no hotel, que por causa da hora, já se encontrava silencioso.
Adalto guardava o material de limpeza na dispensa, como de costume, mas sensações estranhas começaram a o tomar. Começou a sentir calafrios e tremer, coisa que nunca havia sentido anteriormente. Saiu da dispensa, suando frio, e foi surpreendido por uma luz muito forte que vinha do céu. “Deve ser apenas uma estrela”, pensou ele. Porém, a luz era forte demais para ser simples astro. A luz, imóvel e aparentemente inofensiva ficou parada por alguns segundos, até que começou a se mexer bruscamente, de um lado para o outro. Adalto ficou paralisado, observando-a. Parecia que seu corpo estava enraizado no chão. Ele tentava se mexer, mas o corpo não atendia aos comandos. De repente, a luz começa a dobrar de tamanho, e crescer rapidamente. Um clarão enorme tomou conta do ambiente e da mente de Adalto. Seus ouvidos atordoaram-se, conseguindo escutar apenas zumbidos e as pulsações de seu coração descontrolado. Sua visão ofuscou-se, e quando ele conseguiu finalmente enxergar algo, percebeu que estava estirado no chão, tonto e com o seu nariz sangrando. A luz já havia sumido, e o céu apresentava-se limpo e