Composição de nutrientes da casca de banana pode despoluir águas
A pesquisa que descobriu a nova funcionalidade do fruto é de Milena Boniolo, mestre em Química Ambiental e professora. “Eu já pesquisava métodos de descontaminação de águas, mas todos os processos que eu conhecia eram muito caros e inviabilizavam a utilização por pequenas indústrias”, explica. Segundo Milena, com as cascas de banana já não há esse problema, pois as empresas não têm muito interesse comercial no produto e algumas até doam a matéria-prima.
A ideia de fazer uma pesquisa utilizando o material surgiu pensando em unir o útil ao agradável. “Só na cidade de São Paulo descartamos, por semana, quatro toneladas de casca de banana, que é um material bastante rico em nutrientes”, relata a pesquisadora. Depois de tomar conhecimento desta imensa quantidade, ela investigou qual desses nutrientes presentes na casca da banana poderia ser utilizado na despoluição das águas. “Além de ser um material fácil de ser encontrado, nós, por estarmos em um país tropical com o clima propenso para o cultivo da fruta, o temos em abundância e as pessoas acabam não dando muito valor”, comenta.
Para unir a funcionalidade com a viabilidade técnica foram necessários três anos de pesquisa, concluída na tese de mestrado da pesquisadora realizada para o Ipen – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. “O processo funciona por meio de um princípio básico da Química: a lei de que os opostos se atraem”, conta. Milena explica que a casca de banana é composta por uma grande quantidade de moléculas carregadas por cargas elétricas negativas. Essas cargas conseguem atrair os metais que tem carga elétrica positiva, como é o caso do urânio – metal que a pesquisadora utilizou para realizar os testes. Mas, segundo