Complementos/Modificadores
Uma das dificuldades mais frequentes quando procedemos à análise sintática de uma frase é a distinção entre complemento e modificador.
1. Comecemos por definir complemento:
Um complemento é uma função sintática obrigatória numa frase simples ou complexa.
Os complementos podem ser desempenhados por grupos frásicos, pronomes e orações.
Vejamos os exemplos, nas frases simples seguintes:
Os grupos frásicos destacados (1.ª coluna) são obrigatórios porque são selecionados pelos respetivos verbos, visto que todos eles são transitivos – como se pode ver na 3.ª coluna do quadro. Excetua-se o complemento agente da passiva, que resulta da transformação de uma frase ativa em passiva.
Essa obrigatoriedade também é observável se retirarmos os complementos das frases: todas elas ficam agramaticais.
1.1 Nas frases complexas, a função sintática de complemento pode ser desempenhada por uma oração:
Frase complexa
Características do verbo do/da subordinante
A oração é equivalente a um GN ou um pronome
Identificação da oração
Função sintática da oração
a) O Pedro receia que amanhã chova.
Transitivo direto à pergunta / a isso
Subordinada substantiva completiva
Complemento direto
b) O povo precisa de quem o governe.
Transitivo indireto de governo/ disso
Subordinada substantiva relativa
Complemento oblíquo
c) O João não respondeu ao que lhe perguntaram.
Transitivo indireto a chuva/ isso Subordinada substantiva relativa
Complemento indireto
Em qualquer um dos exemplos, as orações destacadas têm obrigatoriamente de constar da frase complexa porque são selecionadas por verbos transitivos. Se os alunos não conhecerem as características dos verbos que as selecionam, basta pedir-lhes que as retirem das frases complexas para verificarem a agramaticalidade das mesmas.
Podemos ainda mostrar-lhes que as funções sintáticas desempenhadas pelas orações destacadas nas frases complexas equivalem a grupos