Como funciona uma empresa
O turbulento contexto econômico e a busca de competitividade.
A partir da década de 80, com a exaustão do modelo de substituição das importações, o Brasil entra em uma nova realidade. A década de 80, vista por muitos como um período de transição para a abertura do mercado ocorrida nos anos 90, acabou ficando conhecida como a “década perdida”. Caracterizada pela estagnação econômica e marcada pelas altas taxas inflacionárias, tal período apresentou uma inflação anual da ordem de 580% ao ano, comparando-se com um valor equivalente a 70% na década de 70.
A instabilidade da política econômica também é uma característica do período. entre 1980 e 1990 o país teve oito diferentes planos de estabilização inflacionários, 15 diferentes políticas salariais, 18 mudanças nas regras reguladoras da política salarial, 54 mudanças nas regras de controle de preços, 21 diferentes propostas de negociação da dívida externa, quatro diferentes moedas, 19 decretos relativos ao corte nos gastos públicos e cinco congelamentos de preços e salários. Toda esta instabilidade econômica certamente influenciou de uma maneira decisiva o fraco desempenho na indústria brasileira no período.
No início da década de 90, com a inflação praticamente fora de controle, a única saída foi a recessão econômica seguida pelo Plano Real, que efetivamente conseguiu estabilizá-la. Após o Plano Real, a economia começou a dar sinais de vitalidade, com o aumento das taxas de produtividade, abertura de mercado à competição estrangeira e processo de privatização.
Nesse novo cenário, as empresas tiveram que ser muito mais competitivas e preocupadas com seus custos para garantir sua sobrevivência. De fato, a necessidade de implantação de programas de qualidade e de produtividade no sentido de desenvolver produtos mais competitivos só foi notada no início dos anos 90, quando o mercado já estava aberto aos produtos estrangeiros, indicadores apresentaram uma melhoria ao