Como ficará o Brasil
Deveremos assistir, até 2050, à transferência da importância política e econômica do Ocidente para o Oriente, com a China e a Índia pontificando como detentoras do produto mundial.
Estudiosos dessa transformação adiantam que na metade do século atual a economia daqueles dois países estará equiparada à da União Européia.
Será o caso, então, de se indagar: como ficará o Brasil como quarta ou quinta economia do mundo e maior potência do hemisfério sul?
Essa previsão, caso se confirme, sugere a permanência do nosso país em situação de equidistância entre a China e os EUA, sem se atrelar a qualquer dessas nações, não se expondo aos riscos dos conflitos iminentes que possam surgir na disputa pela titularidade do domínio mundial.
Daí a necessidade de uma política externa bem ordenada através de negociação permanente, com equilíbrio da defesa dos direitos humanos e o respeito da autodeterminação dos povos.
Joseph Nye, que foi assessor para defesa e diplomacia dos governos de Carter e Clinton, lançou recentemente a obra “The Future of Power”, ainda não traduzida para o português. O estudo condensa a sua experiência recolhida ao longo de dez anos ao lado daqueles presidentes e nas aulas que ainda hoje ministra em Harvard.
Na sua opinião, os EUA ainda permanecerão na frente dos chineses, afastando a possibilidade de uma equiparação em renda “per capita”.
O fato de a China manter o regime autoritário e a sua política de direitos humanos ser recebida com suspeita, contribuirá para que enfrente dificuldade em superar os EUA tanto como sociedade civil como nas ações de seu governo.
A eleição de um presidente afroamericano, com um nome que soa estrangeiro, concorreu para restabelecer, em certa medida, a confiança no sistema político da nação norte-americana, principalmente após o fracasso da temerária aventura empreendida por George W. Bush no Iraque.Pois este, quando não conseguiu da ONU uma resolução que apoiasse a sua