Como elaborar projeto de pesquisa
As classes sociais, os grupos, os diferentes atores sociais estão em relação uns com os outros. Essas relações podem ser de confronto, de coexistência, de cooperação e estarão sempre revelando uma relação de forças, de domínio, igualdade ou subordinação. Encontrar formas de verificar a relação de forças, ter uma idéia mais clara dessa relação é decisivo se se quer tirar conseqüências práticas da análise de conjuntura. Algumas vezes essa relação de forças se revela através de indicadores até quantitativos, como é o caso de uma eleição. Outras vezes devemos buscar formas de verificação menos “visíveis”: qual é a força de um movimento social ou político emergente? Como medir o novo, aquilo que não tem registros quantitativos?
Articulação entre estrutura e conjuntura
A questão aqui é que os acontecimentos, a ação desenvolvida pelos atores sociais, gerando uma situação, definindo uma conjuntura, não se dão no vazio: eles têm relação com a história, com o passado, com relações sociais, econômicas e políticas estabelecidas ao longo de um processo mais longo.
É fundamental perceber o conjunto de forças e problemas que estão por detrás dos acontecimentos. Tão importante quanto apreender o sentido de um acontecimento é perceber quais as forças, os movimentos, as contradições, as condições que o geraram. O acontecimento aparece diretamente à nossa percepção, mas o pano de fundo que o gerou nem sempre nos é claro. Um esforço e um cuidado maiores devem então ser feitos para situar os acontecimentos e extrair deles seus possíveis sentidos.
Existem duas leituras possíveis dos acontecimentos ou dois modos de ler a conjuntura:
a partir da situação ou do ponto de vista do poder dominante (a lógica do poder)
a partir da situação ou do ponto de vista dos movimentos populares, das classes subordinadas, da oposição ao poder dominante
De modo geral, as análises de conjuntura são conservadoras: sua finalidade é reordenar os elementos da realidade, da