Comentário do vídeo "poder e luto originário"
A questão da vida, atualmente, é uma problemática que pode envolver todos os demais problemas atuais (políticos, econômicos), uma vez que todo pensamento passa pela questão da vida, ou dos vivos. Desse modo, a questão dos vivos torna-se central nos estudos atuais. Entretanto, não foi sempre assim. Durante muitos anos a questão central era o poder político e suas implicações na sociedade. Não se pensava na proteção/preservação da vida, mas na proteção/preservação do poder político. Deleuze, Foucault e Derrida foram os filósofos que primeiro pensaram e defenderam a concepção de que a vida não é algo simplista; que ela é mais que uma coisa, uma essência ou um fato objetivo. Pensar na complexidade da vida foi o que abriu as portas para questionar atitudes e acontecimentos como as guerras e as ditaduras. Pois se a vida é considerada como uma coisa quase sem importância, não existe por que questionar sobre os crimes cometidos contra ela. Fazer com que a vida torne-se a questão central não quer dizer que o poder deixou de ser analisado e levado em conta. A questão do poder sempre irá existir; o que aconteceu a partir desse pensamento foi o questionamento do “papel”, da importância da vida nas relações de poder. Por exemplo, entender, a partir desses três pensadores, que a vida se dá através de práticas de poder, (Foucault) e que ela é objeto de poder (bio-política) é entender as relações entre dominador/dominado. Quando domino um povo, seja por uma guerra ou uma ditadura, exerço o poder sobre a vida dos dominados, podendo fazer o que queira com elas. E foi assim que aconteceu no nazismo. Foucault também afirma, em seu livro O nascimento da clínica (1963), que é partir da morte que podemos pensar sobre a vida. Essa perspectiva, até certo ponto controversa, é verdadeira no sentido que a medicina só pode descobrir os mistérios da vida ao analisar a morte. Para Foucault, a vida é antes de tudo um objeto de poder,