CONCEITO O vocábulo “estoma” tem origem grega a partir do étimo “stóma”, exprime a idéia de “boca” e tem como sinônimo “estômato”1. Colostomia e ileostomia são definidas, respectivamente, pela abertura de segmento cólico ou ileal na parede abdominal visando ao desvio do conteúdo fecal para o meio externo2. Colostomias e ileostomias estão previstas na abordagem terapêutica de um grande número de doenças que incluem o câncer colorretal, doença diverticular, doença inflamatória intestinal, incontinência anal, colite isquêmica, polipose adenomatosa familiar, trauma, megacólon, infecções perineais graves e proctite actínica entre outras. São criadas em caráter temporário —como nas situações de trauma abdominal com perfuração intestinal ou em função da necessidade de proteção de uma anastomose intestinal mais distal à derivação—, ou definitivo objetivando, nesse caso, substituir a perda de função esfinctérica resultante de tratamento cirúrgico ou incontinência após insucesso de outras opções que objetivam restaurar a evacuação transanal. Podem ser realizadas em associação, ou como resultado de procedimento operatório ou isoladamente (“trephine stomas”). A construção de um estoma deve ser evitada sempre que possível; entretanto, o custo associado ao convívio com a doença pode ser extremamente alto e a propriedade da indicação cirúrgica pode ser constada pela observação de que a qualidade de vida deve melhorar após realização de um estoma quando bem indicado. Paradoxalmente à vertiginosa melhora e progresso dos cuidados com o ostomizado, o número de estomas definitivos vem caindo consideravelmente3 após o aperfeiçoamento da técnica cirúrgica, antibioticoprofilaxia e desenvolvimento dos aparelhos de sutura mecânica. Em substituição à rotina de excisão e estoma definitivo, as operações de reservatório ileal pélvico, ileostomia continente e implante de esfíncteres anais artificiais vêm ganhando crescentemente mais adeptos. No entanto, essa operações representam opções