Colecionismo em Arthur Bispo do Rosário

8801 palavras 36 páginas
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ARTIGOS TEMÁTICOS

Colecionismo e arte em Arthur Bispo do Rosário
Márcio Seligmann-Silva∗
Resumo
O ensaio analisa a obra de Arthur Bispo do Rosário do ponto de vista de sua relação com a história da arte (e da teoria estética) do século XX. O texto observa que desde a
“descoberta” da obra de Bispo até hoje predominou a comemoração de seu “gênio” e a comparação de sua obra com a de artistas como Duchamp, Arman, César ou Andy
Warhol. Se esta atitude da crítica é justificável como parte do processo típico de canonização de artistas – sobretudo levando-se em conta a origem quatro vezes marginal de Bispo (negro, “louco” e pobre: além de pertencente ao “terceiro mundo”)
–, por outro lado, esta atitude tem impedido uma aproximação de suas obras. O texto propõe um duplo movimento para se entender a importância da obra de Rosário: primeiro, é essencial se entender o que ocorreu com o romantismo e sua entronização de uma subjetividade complexa; em segundo lugar o texto propõe ver as obras de
Bispo como genuínas manifestações de novas tendências nas artes plásticas que se desenvolveram a partir da metade do século XX.
Palavras-chave: Arthur Bispo do Rosário; arte e memória; colecionismo; arte e loucura. Abstract
The essay analyzes the work of Arthur Bispo do Rosario from the point of view of its relation to art history (as well as to the history of aesthetics) in the 20th century. The text emphasizes that since the “recognition” of Bipo’s work as art, studies on the artist has privileged the celebration of his “genius”, and the comparison of his work to the production of artists as Duchamp, Arman, César or Andy Warhol. This attitude is understandable if one takes into account that Bispo is marginal in many ways (as black, “crazy” and poor, as well as part of the so called “third world”). The essay proposes a double movement toward a better comprehension of Bispo’s works: First it emphasizes the necessity to recall, in analyzing his work, the

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