coisas boas da vida
Outros tantos pensam que as línguas são meios de comunicação. O que importa é a mensagem, o objetivo é ser bem-sucedido (chega-se a ouvir que o erro seria não ser entendido!). O curioso é que, às vezes, a melhor comunicação (publicitária, literária, humorística) é aquela em que a mensagem está implícita. Ora, o implícito é o que não é comunicado, por definição.
Mas uma língua é bem mais do que tudo isso. Seria o principal divisor entre humanos e não humanos. Além disso, estaria fundada em princípios universais, quiçá biológicos, alguns deles inatos, tese obviamente controversa, mas que se reforça numa época em que pesquisas genéticas ganham espaço e força.
Apesar disso, há questões “superficiais” que são extremamente interessantes, porque marcam as línguas vivas em seu funcionamento real (e perceptível) no interior das sociedades. Por mais que as pesquisas sobre os universais sejam relevantes, não se pode perder de vista as relações entre as línguas e aspectos das sociedades em que são faladas.
Alguns fenômenos são bem visíveis. Alguns são mencionados em todos os manuais introdutórios, que necessariamente discutem as relações entre língua e cultura. A questão começa na relação com a natureza: até que ponto o ambiente interfere na língua? Certamente, climas frios ou quentes condicionam