Coesão
Como você pode constatar, a palavra "papa" foi substituída várias vezes pelas palavras e expressões acima indicadas. Essas substituições evitam a repetição pura e simples da mesma palavra e propiciam o desenvolvimento contínuo ou o encadeamento semântico do texto, na medida em que se recupera numa frase ou passagem um termo ou idéia presente em outra.
O pronome "seu(s)" (linhas 1 e 7) também recupera semanticamente a expressão "papa João Paulo II", assim como "este gesto" recupera "sopra as velinhas"; "nesse dia", o "dia do aniversário do Papa".
Assim, um texto não é uma unidade constituída por uma soma de sentenças ou por um amontoado caótico de palavras e frases. Os enunciados, os segmentos do texto estão estritamente interligados entre si; há conexão entre as palavras, entre as frases, entre os parágrafos e as diferentes partes. Há encadeamento semântico.
Diz-se, pois, que um texto tem COESÃO quando seus vários elementos estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.
2. Mecanismos de coesão
A língua possui amplos recursos para realizar a coesão. Eis os principais.
2.1 Coesão por referência
Exemplo:
João Paulo II esteve em Porto Alegra.
Aqui, ele disse que a Igreja continua a favor do celibato.
Onde "aqui" retoma "Porto Alegre", e "ele" retoma "João Paulo II".
Os elementos de referência não podem ser interpretados por si mesmos; remetem a outros itens do texto, necessários a sua interpretação.
São elementos de referência os pronomes pessoais (ele,ela, o, a, lhe, etc.), possessivos (meu, teu, seu, etc.), demonstrativos (este, esse aquele, etc.) e os advérbios de lugar (aqui, ali, etc.).
2.2 Coesão por elipse
Exemplo:
João Paulo II esteve em Porto Alegre. Aqui, disse que a Igreja continua a favor do celibato.
Onde = a João Paulo II, ou seja, o leitor, ao ler, ao ler o segmento B, se depara com o verbo disse e, para interpretar seu sujeito,