Clarificando um conceito e sentidos de cidade educadora
José António da Silva Oliveira
2011
Definir a cidade como um amontoado de edifícios ou de pessoas, não é por certo a melhor forma de a definir. Como afirmam Braga e Carvalho em Cidade: Espaço da Cidadania “a diferença entre uma cidade e um povoado não é meramente quantitativa” , pois nela são importantes as pessoas, o que elas fazem e como o fazem. Nesta mesma linha situa-se Freitag para quem a cidade, mais do que um mero aglomerado de pessoas, representa “uma estrutura político-jurídica competente e uma vida cultural própria” . Esta estrutura político-jurídica da cidade é apoiada na organização social, na organização administrativa da cidade e na economia, factores que inter-relacionados permitem uma caracterização da cidade e influenciam o modelo de desenvolvimento desta. Freitag aponta para cinco tipos de modelos de desenvolvimento das cidades contemporâneas , mas mais do que uma mera classificação os modelos permitem perceber que as cidades se podem definir pela sua funcionalidade em detrimento do número de habitantes e permite também reconhecer que, enquanto resultado de uma construção histórica, a cidade revela o modelo de organização social que a edificou. Como sustenta Dias , uma cidade configura um espaço organizado capaz de “ (…) garantir oportunidades de trabalho e conforto a todas as minorias, a todos os grupos” e nesta perspectiva, assumo a cidade também como um sistema organizacional humano. Porém, nas cidades actuais “são muitas as tensões que atravessam o urbanismo, as formas de viver e de se apropriar da cidade” , devido ao seu crescimento, dificultando o seu governo, “ (…) sobretudo em relações de “pertença”, quer de territórios, quer de pessoas e mesmo de instituições” e falar das relações de pertença do território é falar do espaço urbano. Entendo que o espaço urbano se caracteriza pelos diferentes tipos de relações aos quais se associam diferentes