Clamídia
Hoje vamos falar sobre uma doença sexualmente transmissível que pode levar homens e mulheres à infertilidade: a Clamídia. É uma doença com uma alta incidência e, em muitos casos, silenciosa. Para se ter uma idéia, 3/4 das mulheres e metade dos homens infectados não apresentam sintomas. No entanto, os danos gerados pela Clamídia no sistema reprodutor podem ser irreversíveis.
A Clamídia é causada pela bactéria Chlamydia Trachomatis e atinge especialmente a uretra e órgãos genitais. Nos homens, pode levar a inflamações na próstata, nos testículos e no epidídimo (pequeno ducto que coleta e armazena os espermatozóides). As inflamações são capazes de gerar obstruções que impedem a passagem dos espermatozóides, levando à dificuldade de conceber um filho.
Em 2007, um grupo de pesquisadores da Universidade Autônoma de Madri (UAM) revelou que o sêmen de pacientes portadores de Clamídia apresenta graus de fragmentação de DNA entre 35% e 45%. Em homens sem a doença, esses níveis são de aproximadamente 15%. Quanto maior o grau de fragmentação, menor as chances de esses espermatozóides fertilizarem um óvulo e de um embrião gerado por eles se desenvolver.
Nas mulheres, a Clamídia inicialmente infecta o cérvix e a uretra. O risco é a bactéria atravessar o colo uterino, atingir as trompas e provocar a doença inflamatória pélvica (DIP). Nesses casos, o processo infeccioso pode levar a à obstrução das trompas e impedir o encontro do óvulo com o espermatozóide, diminuindo ou zerando as chances de gravidez natural.
Pode levar também à gravidez tubária (ectópica), quando o embrião não consegue alcançar o útero e se implanta nas trompas de Falópio. Além disso, uma paciente que esteja infectada com Clamídia durante a gestação está mais sujeita a partos prematuros e a abortos. A doença também pode ser transmitida da mãe para o feto na passagem pelo canal do parto. O recém-nascido corre o risco de desenvolver oftalmia