Ciências contábeis
No clima intelectual dos anos setenta havia um guarda-chuva sociológico justificando a sociologia urbana: um corpo subdisciplinar autônomo e alguns paradigmas delimitando análises. Mas tal definição não se consolidou e nem é legitimada uma especialização tão bem delimitada, mas sim assumiu um sentido convencional de uma sociologia aplicada à área, unificando artificialmente várias questões sociológicas.
A produção brasileira é nesse particular ampla quanto aos temas e diversificada quanto às perspectivas teóricas. Não sem razão,“a reflexão sobre a sociedade urbana no Brasil se funde e se confunde com a reflexão sobre os processos de mudança social” que caracterizam a constituição de uma sociedade urbano-industrial - pobre e de consumo, heterogênea e desigual – na periferia da economia mundial crescentemente internacionalizada.
O A. destaca diferentes dificuldades para uma análise prospectiva:
Em primeiro lugar, as dificuldades de se apoiar nos pressupostos metateóricos • da teoria da modernização, • da doutrina cepalina do desenvolvimento autônomo e • das teorias da tradição marxista vale dizer das idéias de progresso, etapas do desenvolvimento, fase superior, sujeito e fim da historia, pressupostos que organizavam as análises. Nos dois primeiros tratava se de identificar os obstáculos e as possibilidades de removê-los; no terceiro, a inevitabilidade estrutural da superação do capitalismo. As visões do futuro absorviam os projetos das elites modernizantes quanto não a crítica e a prática política da contra-elite. O Brasil do futuro, urbano, industrial e desenvolvido e quem sabe socialista podia ser pensado. Tais idéias teórico-ideológicas perderam força de aglutinação e poucos se sentem confortáveis com analises com aquelas leis e modelos, embora sua ausência produza igual desconforto simétrico: falta um fio