Civiliza O De Caral
Na mesma época que os habitantes do antigo Egito construíam as suas pirâmides, a população do que é hoje o Peru erguia estruturas gigantes de pedras maciças em Caral, metrópole que existiu há 4.600 anos. Os restos da cidade, descobertos em 1905, só agora foram estudados por arqueólogos americanos e peruanos. A conclusão é surpreendente: Caral provavelmente foi o berço da civilização nas Américas. Cientistas do American Field Museum, em Chicago, da Northern Illinois University, ambos nos EUA, e da Universidade de San Marcos, no Peru, publicam em uma das edições da revista "Science" os resultados da avaliação de peças coletadas em Caral. A pesquisa revelou que a cidade teve seu auge no ano de 2.627 a.C. Isto significa que o desenvolvimento da vida urbana nas Américas começou cerca de 800 anos antes do que se acreditava. Localizada a 200 quilômetros de Lima, Caral caracteriza-se pela existência de uma zona central, com seis platôs de pedra, ao redor do que seria a praça pública local.
A primeira pessoa que chamou a atenção sobre a Cidade Sagrada de Caral (Chupacigarro Grande) foi o viajante americano Paul Kosok, que visitou o lugar juntamente com o arqueólogo também americano Richard Schaedel em 1949. No seu relatório, publicado no livro "Life, Land and Water in Ancient Peru", em 1965, mencionou que Chupacigarro (como era conhecida a Cidade Sagrada de Caral então) devia ser muito antigo, mas não pôde demonstrar quanto.
Em 1975 o arquiteto peruano Carlos Williams fez um registro da maioria dos lugares arqueológicos no vale de Soube, entre os quais registrou o Chupacigarro Grande, a partir do qual fez algumas observações sobre o desenvolvimento da arquitetura nos Andes, que apresentou primeiro no artigo "Arquitetura e Urbanismo no Antigo Peru", publicado em 1983.
O arqueólogo francês Friedrich Engel visitou o lugar em 1979, levantando um plano e escavando no mesmo. No seu livro "Das Begónias ao Milho", publicado em 1987, Engel afirmou que