Cinema
A carência de tecnologia não impedia que, nos locais de exibição das películas, em teatros, óperas ou feiras, as cenas cinematográficas fossem acompanhadas por compassos tocados ao piano. Estas músicas variavam conforme o espaço no qual os filmes eram transmitidos, pois a escolha sonora dependia do ponto de vista do pianista sobre a obra exibida.
Os primeiros momentos da evolução do cinema foram conhecidos como ‘período mudo’ entre os pesquisadores deste campo. Como os sons não podiam vir em auxílio do público, a compreensão dos filmes era realizada através da inserção de legendas, com o objetivo de tornar os acontecimentos mais claros para os que assistiam a película. Ao longo de trinta anos o que se conhecia por cinema se resumiu a esta modalidade, que já transmitia à platéia a magia que seria sua marca nos séculos posteriores, mesmo sem apoio sonoro.
Enquanto isso, vários ensaios se sucediam nesta área, na Europa e nos EUA. Apesar da ausência do som, as altas classes eram atraídas para esta esfera cultural, renovações eram introduzidas na produção dos filmes, todo o potencial desta nova arte era explorado, mas a projeção cinematográfica criada pelos Lumiére ainda não era utilizada em todas as suas inúmeras possibilidades. Esta descoberta já permitia ajustar som e imagem sincronicamente, mas os investimentos financeiros elevados que eram exigidos por esta tecnologia desestimularam os primeiros empreendedores cinematográficos. Eles preferiram aplicar seus recursos no trabalho de direção, na operação da câmara e na montagem das cenas.
Na América o cinema já revelava sua vocação para a diversão, ao contrário da tendência mais elitista e conceitual da Europa. Os primeiros filmes eram exibidos em feiras, com o objetivo de entreter a platéia. Em 1912 tem fim o monopólio da Motion Picture Association, dando assim início à