Cinedia
O sonho de transformar o Brasil em um país industrializado abrange também o cinema, que vai buscar nesta fase o status de indústria de entretenimento.
Getúlio Vargas é defensor ferrenho da industrialização no país, e implementa uma série de reformas de caráter social, administrativo e político.
É nesta década que são criadas as companhias cinematográficas cariocas: Cinédia (1930), Brasil Vita Filmes (1934) e Sonofilmes (1937).
Em 1927, nos Estados Unidos, o cinema “começa a falar” com o filme Jazz Singer, com direção de Alan Crosland.
No Brasil, a exibição de Barro Humano em 1929 marca o início do cinema falado. E não foi só na tela grande que o cinema teve sua vez. Em 1926 é criada a revista Cinearte, a publicação mais importante sobre a sétima arte no país até 1942, ano da publicação de seu último número.
Sob a responsabilidade editorial de Mário Behring e Ademar Gonzaga, Cinearte faz parte de um contexto da indústria cultural destinada à promoção do cinema Hollywoodiano, o qual já domina o país. Ao mesmo tempo em que a produção editorial da revista defendia a realização de filmes nacionais, também propunha um verdadeiro “transplante” dos ideais do cinema dominante, ou seja, o cinema norte-americano, legitimando a universalidade de um modo específico de fazer filmes (o modo de Hollywood).
Dentro desta ótica, o que se vê na principal revista brasileira sobre cinema é a fixação da cultura do “estrelismo”, que podia ser constatado com a grande quantidade de material fotográfico, e matérias sobre a vida de astros e estrelas. Na defesa desse sistema, a noção de fotogenia era sempre identificada com ideais de beleza associados ao luxo, higiene, beleza e juventude, qualidades sempre presentes na “boa aparência” que todo filme deveria