Cientistas colocam teoria da evolução em cheque

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Cientistas colocam teoria da evolução em cheque

Notícias sobre biologia voltadas ao público geral com frequência fazem referência à briga de acadêmicos contra o criacionismo – o movimento defensor de que seres vivos foram criados por Deus, não pelos processos descritos na teoria da evolução. Ofuscado por essa discussão infrutífera de cientistas lançando argumentos racionais contra mentes religiosas impenetráveis [o velho argumento ciência x religião; mas deixemos isso de lado], porém, existe um debate sério sobre se a biologia evolutiva está ou não carente de atualização. Esse movimento defende que a chamada ‘nova síntese’ – a teoria da evolução de Darwin reformulada à luz da genética e, depois, da biologia molecular – precisa ser recauchutada. Liderados por biólogos como Gerd Muller, da Universidade de Viena, e Eva Jablonka, da Universidade de Tel Aviv, esses pesquisadores defendem aquilo que batizaram de EES (Síntese Evolucionária Estendida). É um corpo de conhecimento baseado em fenômenos que correm paralelamente aos descritos pela seleção natural de Darwin. Mas seria esta nova biologia algo com força suficiente para tornar a nova síntese uma teoria ultrapassada?

Para defender uma mudança radical, Jablonka recorre a fenômenos como a epigenética – transmissão de características que não requer mudança do DNA – e à construção de nichos – capacidade de animais de alterarem seu próprio ambiente e, portanto, modificar as pressões que a seleção natural exerceria sobre eles mesmos. Também são alvo de estudo da EES o “viés de desenvolvimento” – a impossibilidade de organismos de adquirirem certas formas enquanto evoluem – e a plasticidade – capacidade de um indivíduo de adquirir diferentes formas reagindo a seus ambientes.

Todos esses fenômenos, que são tratados pela (velha) nova síntese apenas como processos marginais, seriam sinal de que uma teoria de evolução com excesso de foco na biologia molecular se tornou incapaz de dar conta da explicação de processos

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