ciencia social
Este artigo trata da intercessão, no âmbito do conhecimento, entre as ciências sociais e humanas e a saúde coletiva. Parte-se do legado das ciências sociais clássicas, discute-se esse aporte, debate-se como e em que medida as ciências sociais e humanas em saúde constituem um subcampo que, por sua vez, articula diversas racionalidades. O texto se baseia numa pesquisa sobre a produção científica das sete principais revistas da área: Revista de Saúde Pública; Cadernos de Saúde Pública; Ciência & Saúde Coletiva; Saúde e Sociedade, Physis, Interface e História, Ciência e Saúde no período de janeiro de 2011 a agosto de 2012 (20 meses). Foram ao todo 1757 artigos publicados nessas revistas, sendo 545 (31,0%) sobre ciências sociais e saúde ou fazendo interface desse campo com a saúde coletiva. O artigo se debruça na análise dessa produção e conclui: que é pujante a participação das ciências sociais e humanas no campo da saúde; que existe um polo irradiador de conhecimentos que parte de autores seminais, mas já conta com a contribuição de estudiosos importantes de segunda e terceira geração; e que os problemas referidos pelos cientistas sociais e de humanidades da área de saúde são os mesmos que hoje ocupam os teóricos sociais, filósofos e historiadores do mundo inteiro.
Introdução
Este artigo trata da intercessão, no âmbito do conhecimento, entre as ciências sociais e humanas e a saúde coletiva. Parto do legado das ciências sociais clássicas, discuto esse aporte e faço um debate com dados da produção nacional e com a visão internacional do campo, levando em conta o que aqui considero o subcampo das ciências sociais e humanas em saúde.
Em editorial para os Cadernos de Saúde Pública (2010), o coordenador científico do
SciELO, professor Rogério Meneghini, escreveu textualmente: "as ciências da saúde representam atualmente uma área científica de ponta no mundo, devido à sua crescente presença em distintos campos de conhecimento, desde as chamadas ciências duras