Ciencia forense - digitais
Quando falo aos meus alunos que a química é importante, percebo que eles não acreditam muito em mim, ainda mais quando arremato dizendo que esta ciência foi, é e será muito útil à sociedade e que sua compreensão, portanto, se torna indispensável e que, por isso, eles têm esta disciplina na escola. Eu até os entendo. Talvez eles me comparem com o vendedor que, no afã da consumação da venda, jura de pés-juntos que seu produto é “simplesmente” fantástico. Afinal de contas, sou professor de química e se eu não der importância à minha disciplina, quem o fará?
Ao contrário do vendedor referido, neste artigo eu pretendo justificar minhas palavras, com argumentos, mostrando que a compreensão desta ciência é muito importante para a nossa formação como cidadãos. Para isto, convido você leitor(a) a imaginar uma acusação de tentativa de homicídio, sendo que, no julgamento do acusado, você é o jurado. Imagine-se num júri, vendo e ouvindo os advogados da defesa e acusação se digladiarem a fim de lhe convencer a absolver ou condenar uma pessoa contra a acusação de tentativa de homicídio.
Um dos deveres como cidadão é a participação de um júri. O processo é parecido com aquelas convocações eleitorais brasileiras, em que pessoas, num domingo, são solicitadas a trabalhar nas eleições. Dentre uma lista de pessoas, você é sorteado e convocado a comparecer no tribunal de sua cidade. Mediante a um sorteio, você poderá participar do julgamento como jurado. Juntamente com mais seis pessoas, geralmente, você passará então a ouvir os relatos do juiz e dos advogados de acusação e defesa a respeito do acontecido.
Durante a explanação da defesa, em nossa história hipotética, ficou claro que havia uma dúvida se o tal acusado, de fato, tinha atirado com arma de fogo contra os policiais. Todos os depoimentos confirmavam que o acusado havia feito os disparos e que somente ele poderia tê-lo feito. Mas a defesa alegava que havia uma possibilidade, evidenciada em um