CIDADES DO AMANHA
HALL, Peter. por Humberto Lima
Com um título futurista, Cidades do amanhã trata do planejamento urbano no século XX. Nesta obra, Peter Hall traça um panorama abrangente, indo desde os cortiços londrinos do século XIX ao traçado geométrico de Brasília, passando ainda por Nova York, Chicago, Nova Delhi e Paris. A partir de projetos históricos ou abandonados - assim como obras literárias e artigos de jornais -, o autor investiga os aspectos positivos e negativos que integram o cotidiano das grandes cidades.
Esta obra tem em seu corpo uma análise do bom urbanismo e a apresentação histórica do seu surgimento fazendo paralelo com a necessidade das cidades de resolver os problemas herdados de gerações passadas. No desenvolver do seu texto, Hall se depara constantemente com o debate sobre como planejar as cidades e a visão da cidade moderna, a qual ele configra como sendo suja, pobre e assolada por um grande “mal-estar” social, logo, demandando soluções para o caos instaurado, mas que só encontra as origens teóricas anarquistas do planejamento.
Cidades do Amanhã apresenta o planejamento urbano no século XX como movimento intelectual e profissional produzido essencialmente por uma reação contra os males produzidos pelas cidades no século XIX. Indo em frente, a obra afirma que não há mais idéias novas no planejamento urbano do século XX, só há poucas idéias-chave que resistiram dos verdadeiros pais fundadores do moderno planejamento das cidades, que só fazem se reciclar e reconectar-se. Este é um pensamento constante na obra de Peter Hall, o qual parece muito convícto de que a situação da cidade moderna já não era novidade. Assim, entre um capítulo e outro ele exemplifica com vários estudos de caso situações em que certas práticas urbanísticas surtiram efeito positivos e outras que, embora possuíssem as mesmas características, ficaram fadadas ao fracasso.
Amadurecendo seu pensamento sobre a situação da cidade surge o estudo “grito amargo” que traz uma