Cidadania e direitos humanos
A partir da trajetória histórica inglesa, do sociólogo Thomas Humphrey Marshall estabeleceu uma divisão dos direitos de cidadania em três categorias distintas: direitos civis (garantia das liberdades individuais, tais como a possibilidade de pensar e se expressar de maneia autônoma), garantia do ir e vir e acesso à propriedade privada. A conquista desses direitos foi influenciada pelas ideias iluministas e resultaram da luta contra o absolutismo monárquico do Antigo Regime. Esse processo desses direitos a todos foi, portanto, o primeiro estágio da luta pelos direitos do homem.
O segundo estágio refere-se aos direitos políticos, entendidos na forma da possibilidade de participação da sociedade civil nas diversas relações de poder presentes em uma sociedade, em especial a possibilidade de escolha de representantes ou de se candidatar a qualquer tipo de cargo, assim como de se manifestar em relação a possíveis transformações a serem realizadas. Os direitos políticos têm relação direta com a organização política dos trabalhadores do final do século XIX. Ao buscar melhores condições de trabalho, eles utilizaram-se dos mecanismos da democracia – organização de partidos e sindicatos – como forma de fazer valer seus direitos.
Por fim, o terceiro estágio corresponde aos direitos sociais vistos como essenciais para a construção de uma vida digna a partir de padrões de bem-estar socialmente estabelecidos, como educação, saúde, lazer e moradia. Esses direitos surgem em decorrência das reivindicações de diversos grupos pelo aumento da qualidade de vida. É o momento em que os cidadãos lutam por melhorias no sistema educacional e de saúde pública, pela criação de áreas de lazer, pela seguridade social etc.
Por ter sido construída a partir do modelo inglês, a tipologia cronológica de T. H. Marshall recebeu críticas ao ser aplicada como modelo universal. Muitos pensadores questionaram a possibilidade de transpor o modelo inglês