Cidadania, estadania e apatia
Brasil. 24 de junho de 2001. p.08
Murilo tece seu texto em torno de conceitos tais como a cidadania
(participante e apática), a estadania, e os direitos políticos e sociais. Ele começa apontando o processo de formação da cidadania brasileira como sendo de cima para baixo, isto é, o Estado “concede” os direitos civis e políticos à seus cidadãos.
O fato de a iniciativa vir diretamente do Estado ao invés de uma busca e/ou luta dos próprios cidadãos culmina na maneira como a cidadania é interpretada e praticada no Brasil, isto é, a cidadania se manifesta na vida social como estadania.
Explicando melhor, a estadania se caracteriza por um Estado que não governa para seu povo e não lhe assegura garantias essenciais, o poder publico não guiando-se por princípios fundamentais da própria administração pública tais como a legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência impede que seus cidadãos desfrutem dos direitos e benefícios sociais e mais do que isso, sem condições objetivas para exigirem liberdade (e faço aqui uma ressalva dizendo que direito desconhecido é direito não reclamado) acabam também por priva-los de uma vida civil ativa.
Vendo a pobreza, o desemprego, a falta de assistência médica, a educação de baixa qualidade, a falta de segurança, – e poderia continuar enumerando outras mazelas sociais do nosso país – o povo, em busca de resultados palpáveis acaba se agarrando a figura de possíveis salvadores da pátria, exemplo que estamos vivenciando atualmente com o segundo mandato do Governo Lula, o dito filho do Brasil.
Outro fator que o autor coloca é a transformação do cidadão em consumidor, nesse cenário mundo/globalizado o que se exige do cidadão para que ele se sinta de fato incluído socialmente é apenas que ele compre e faça a economia girar. Aqui some ainda mais as chances de participação, o cidadadão-consumidor se torna um observador das
transformações