chumbo
Introdução
O chumbo é um metal pesado, que se encontra distribuído por todo o ambiente, muito estável e resistente à corrosão. Existe sob a forma orgânica (mais tóxica, até 1999 como aditivo da gasolina) e inorgânica (menos tóxica mas mais disseminada, encontrado em diversos materiais como canos, cerâmicas, algumas ligas de aço e tintas). As vias de exposição são a ingestão (mais comum para a população em geral) e a inalação (de maior importância em contexto ocupacional).
Nos dias de hoje existem ainda várias profissões nas quais os trabalhadores estão potencialmente sujeitos à exposição a este metal pesado, nomeadamente as relacionadas com a construção/demolição, incineração de resíduos e indústrias de tintas, plásticos, aço e automóveis.
O médico do trabalho tem a responsabilidade de atuar de modo informado por forma a zelar pela saúde dos trabalhadores, devendo conhecer os ambientes ocupacionais de risco, a fisiopatologia da toxicidade do chumbo e os sinais e sintomas desta mesma toxicidade.
Em relação aos compostos de chumbo devem ser considerados os seguintes aspetos gerais: em virtude da reduzida absorção pela mucosa gastro-intestinal só se verificam intoxicações agudas após exposição a doses muito elevadas. Após um período de latência de várias horas surgem sintomas, tais como sabor metálico, náuseas e vómitos, cólicas frequentemente acompanhadas de um estado de choque. A assimilação crónica destes compostos causa, origina, entre outros sintomas, fadiga, insónias, cefaleias, irritabilidade, mialgias e artralgias, atonia muscular periférica, défice de memória de curto prazo e da capacidade de concentração.
A toxicidade manifesta-se em diversos órgãos e sistemas do organismo, designadamente o sistema hematopoiético, o sistema nervoso, o rim, o aparelho reprodutor, o sistema cardiovascular, o sistema endócrino e o sistema imunitário.
Conceitos essenciais do diagnóstico