CHUMBO
O chumbo é um elemento abundante em toda a crosta terrestre e sua utilização já ocorria em épocas bem antigas. Ao longo do tempo, seu manuseio tem aumentado progressivamente. Quando em grandes concentrações, o contato humano com esse metal pode levar a distúrbios de praticamente todas as partes do organismo - sistema nervoso central, sangue e rins – culminando com a morte. Em doses baixas, há alteração na produção de hemoglobina (molécula presente nas células vermelhas do sangue, responsável pela ligação dessas células ao oxigênio) e processos bioquímicos cerebrais. Isso leva a alterações psicológicas e comportamentais sendo a diminuição da inteligência um dos efeitos.
Uma pesquisa sobre o tema foi realizada pelo Dr. Shilu Tong e colaboradores, do Centro de Pesquisa em Saúde Pública da Universidade de Tecnologia de Queensland, Brisbane – Austrália. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado no Boletim da OMS deste ano. Um resumo desse artigo segue abaixo.
História da Intoxicação pelo Chumbo
Há uma longa história sobre a intoxicação pelo chumbo nos alimentos e bebidas. No Império Romano era comum devido ao fato de serem os canos feitos de chumbo, assim como os vasos onde se guardavam os vinhos e alimentos.
A intoxicação ocupacional foi primeiramente pronunciada em 370 BC. Foi comum entre os trabalhadores do século XIX e início do século XX (como pintores, encanadores e outros). Em 1883 foi feita, na Inglaterra, a primeira legislação com relação à proteção de trabalhadores expostos, devido à morte de diversos empregados de empresas de chumbo em 1882.
Atualmente, a intoxicação aguda pelo chumbo em países desenvolvidos tem sido controlada devido à melhoria das condições de trabalho. Entretanto, tem-se questionado os males causados pela exposição a doses baixas de chumbo durante um longo período, especialmente em crianças. Em 1943, um estudo nos EUA, com crianças expostas, levou a resultados comprovadores de alterações neuropsicológicas na