China e áfrica: uma parceria improvável que vem crescendo.
Este ano fiz um estudo bem detalhado da China nos nossos dias. Um outro livro que eu li foi The Dragon”s Gift: The Real Story of China in Africa (O Presente do Dragão: a Verdadeira História da China na África) de Deborah Brautigam. Ela destaca que as relações entre a China e a África não podem ser chamadas de neocolonialismo mas sim um modelo novo desenvolvido dentro da visão de globalização que os governantes chineses tem. A lógica é bem simples: trocar infraestrutura por recursos naturais e espaço para produção.
Isso expande ainda mais os negócios das empresas chinesas. Eles compreenderam essa possibilidade durante a década de 1980 quando as grandes reservas de petróleo do Sin- Kiang no extremo oeste não tinham como ser exploradas pela falta de recursos e tecnologia. O Japão fez uma proposta de emprestar mais de US$ 10 bilhões, que deveriam ser usados na compra de máquinas, equipamentos e tecnologia do Japão. Em troca, os chineses entregariam petróleo ao rico vizinho.
O mais interessante é que as Z.E.EX ( Zonas Econômicas Especiais de Exportação) que existem na China estão sendo instaladas em muitos países africanos. Ao mesmo tempo nota-se a presença de agricultores chineses em fazendas compradas na África que infelizmente reproduzem práticas condenáveis como o desrespeito ao equilíbrio ambiental. O que é certo é que mesmo assim os chineses tem feito mais pela África do que o Ocidente fez depois da descolonização.
A China se tornou o maior investidor estrangeiro na África e o principal destino das exportações de muitos países do continente. Ainda vamos ouvir falar muito