Chico de Toinho de São José do Bendegó

O texto retrata a historia de mais um nordestino que, fugindo da seca, tenta a sorte em um estado diferente de tudo o que já tinha visto e que já tinha conhecido. Enfrentando além de tudo isso, o preconceito regional. Contamos aqui a historia de Chico, o filho mais velho de Dona Belarmina com Seu Toinho. Como se já não bastasse perder quase todos os seus filhos para uma peste que vivia rondando aquele terreno, a fome, Belarmina e Toinho tinham que se conformar com a idéia de que Chico também estaria partindo. Essa família vivia em um vilarejo chamado São José do Bendegó. Ali não tinha muito aperreio nem pressa. A vida era lenta. Com uma casinha aqui e outra lá acolá e umas duas bodeguinhas. Noticia naquela redondeza só através de rádio ou quando o povo se juntava na pracinha pra ver televisão. Nessa terra Chico conhecia todos desde a infância, conhecia todas as partes e levava em suas mãos marcas de uma vida de trabalho naquele local. Porém, mesmo com todo amor por aquele pedaço de chão seco, Chico estava determinado a partir para “o exílio” e tentar a sorte na cidade grande. Mesmo sabendo que la fora ele iria ser somente mais um paraíba ou só mais um baiano, pois já tinha ouvido isso com Patativa. Mesmo assim ele partiu. Levou no peito e na mala aquele mundo calmo onde ele viveu toda a infância, aquele mundo onde ele era o Chico de Balarmina e de Toinho. Foi com esperança de encontrar por la outros chicos, Raimundos, Josés, Severinos....e assim não deixar que aquele mundo que tanto ama caia no esquecimento. Sonhando com a volta, ele foi.