Centro Universit Rio Est Cio Do Cear
Disciplina: Filosofia Geral e Jurídica
Matrícula: 201401302068
Assunto: A Questão do Aborto
FORTALEZA – CE
2015.1
A questão do aborto
A discussão a respeito da prática do aborto permeia, há bastante tempo, ambientes científicos, filosóficos, políticos e religiosos. Daí depreende-se que é um debate de extrema complexidade em qualquer parte do mundo. No Brasil, as discussões começam por volta dos anos 70. Porém, desde lá até então, não se teve muita mudança. A legislação brasileira permanece inflexível, criminalizando quase todos os casos de abortos provocados, com apenas três exceções: em caso de estupro, risco de vida da mulher e em caso de anencefalia do feto. Essa posição rígida do Estado, no entanto, não tem evitado que um número imenso de mulheres tenha recorrido a clínicas ilegais de aborto. Bem, as mulheres que têm altas condições financeiras são amparadas por “clínicas de luxo”, entretanto, as mulheres pobres acabam recorrendo a procedimentos clandestinos e é aqui onde mora um dos problemas: a cada dois dias, uma mulher morre no Brasil em virtude de complicações provindas do aborto clandestino. Aqui é onde entramos no cerne dos embates: mais vale preservar um ser que ainda nem nasceu ou a vida dessas centenas de mulheres que morrem todos os anos?
É pacífico atualmente que a vida começa na concepção. Se assim entendemos, é fácil entender o porquê de o interrompimento de uma gravidez ser considerado crime. Ora se é uma vida, ela deve ser preservada. Porém como vimos, no aborto clandestino, é a vida das mães que fica em perigo. Mas aí é que está o ponto: o motivo das mortes é a ausência do Estado ou prática de um ato considerado criminoso de forma clandestina? Vejamos, muitos pessoas morrem todos os dias em virtude do consumo de drogas e não entendemos que de forma estrita é responsabilidade do Estado. Se sim, temos que rever nossas concepções.
Quando nos deparamos com este tema, é quase impossível