Castellos, penellas e populaturas na região entre o Côa e o Távora - Penela da Beira vs Pai Penela
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Castellos, penellas e populaturas na região entre o Côa e o Távora – Penela daBeira vs Pai Penela
Para o estudo e conhecimento do território que se situa entre o rio Côa e o rio Távora, durante o período da reconquista cristã, quatro documentos são de extrema importância: o primeiro é o conhecido testamento de D. Flâmula Rodrigues do ano 960, o segundo é um inventário dos bens ao mosteiro de Guimarães de 1059, o terceiro é aquele que é tido como a primeira carta de foral, outorgada a terras do actual território de Portugal, pelos anos de 105759, por Fernando Magno a São João de Pesqueira e terras vizinhas, o último é a Bula Officii nostri publicada em 1148 pelo Papa Inocêncio II.
Pela leitura destes quatro documentos, podemos traçar e localizar as primeiras comunidades organizadas no território entre o Côa e o Távora, nos séculos X a XII.
Aos núcleos muralhados de Trancoso, Moreira de Rei, Longroiva, Numão, Penedono,
Sernancelhe, Marialva, Caria, Muxagata, Mêda, Alcarva, juntam-se outras terras como; São
João da Pesqueira, Penela da Beira, Paredes da Beira, Trevões, Sebadelhe da Serra e outras.
No diploma de doação ao mosteiro de Guimarães, por parte de D. Flâmula Rodrigues do ano de 960 é referido o seguinte:
“…nostros castellos id est Trancoso, Moraria, Longobria, Nauman, Vacinata, Amindula,
Pena de Dono, Alcobria, Seniorzelli, Caria, cum alias penellas et populaturas que sunt in ipsa strematura O que prova, que nas comunidades referidas, existia já em 960 uma hierarquia bem definida dentro das estruturas militares e de povoamento.
Seguindo uma ordem decrescente em importância, são apresentados em primeiro lugar os castellos, seguidos das penellas e por fim as populaturas. Os primeiros, porque eram de posse condal eram as estruturas mais importantes e cuidadas, com maiores requintes arquitectónicos, mereceram ser individualizados um a um na doação. Já as penellas, mais numerosas e menos importantes, não foram individualizadas.