Caso - os exploradores de caverna

Os exploradores de caverna

Primeiramente quero agradecer a vocês pela confiança que depositaram em mim para dar minha sentença neste caso de tão grande repercussão.
Gostaria de dar inicio me apresentando a vocês; Meu nome é Gilson Aparecido Alves, recentemente me tornei Juiz e, embora não tenha muita experiência uma vez que este é meu primeiro julgamento, gostaria de dizer que não creio que a experiência seja algo de tão importância assim neste caso, uma vez que não houve na historia um caso similar a este, creio sim que o que conte aqui sejam os conhecimentos e as ideias claras e atualizadas da sociedade em que vivemos. Hoje me vejo frente ao caso desses quatro senhores acusados de assassinato por tirarem a vida de um de seus companheiros.
Senhores minha sentença será rápida. Uma vez que estudado o caso e chegado a uma conclusão não vejo muita necessidade de se estender as premissas.
Gostaria de dizer que, quando falamos que os acusados, no momento em que estavam presos no interior da caverna se encontravam em um “estado de necessidade” estamos dizendo que naquele momento eles se encontravam em uma situação que não iriam sobreviver por mais dez dias e que não havia nenhuma outra fonte de alimento no interior da caverna a não ser a deles próprio, ou seja, se não tomassem uma atitude em sua própria defesa iriam morrer. O que estou tentando dizer é que o estado de necessidade em que eles se encontravam os levou a praticar tal ato.
Pergunto eu a vocês senhores: deveria estes homens ser condenados como assassinos sanguinários (como colocado pela acusação)? Imaginemos agora se estes mesmo homens que se encontram aqui, será que eles cometeriam tal ato novamente, se não se encontrassem presos em um ambiente escuro, sem comida, com frio, durante 23 dias e com a constante ameaça de morrerem de inanição? Seriam estes homens assassinos que colocam em risco a vida de outras pessoas na sociedade? Será que já não estão pagando pelo ato cometido condenados a viver com a