Caso concreto 2
Capital Markets: demanda não consegue manter indústria
DIÁRIO DO GRANDE ABC: 7/3/12
A demanda no mercado doméstico não tem sido suficiente para compensar a queda da procura externa por produtos brasileiros e esta situação aumenta as expectativas quanto ao ritmo do ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC). Esse é o diagnóstico da corretora Capital Markets, em sua análise sobre o resultado da produção industrial de janeiro - o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou pela manhã uma queda de 2,1% ante dezembro. A corretora prevê corte de 0,5 ponto porcentual na Selic na reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), para uma taxa de 10% ao ano. Especificamente sobre o resultado da indústria em janeiro, entretanto, a corretora justifica o recuo pela forte queda na produção de veículos automotores e de caminhões (-30,7% na margem), que impactou principalmente a categoria de bens de capital. A produção de veículos foi afetada por férias coletivas concedidas em janeiro por várias fábricas e pelo alto nível de estoques, o que deve levar o setor a apresentar resultados "modestos" nos próximos meses. A consequência do fraco desempenho, na avaliação a Capital Markets, será uma pressão para um baixo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2012. A corretora defende, mais do que corte nos juros, medidas pontuais de estímulo a determinados segmentos para estimular a indústria brasileira. A corretora ainda destaca a queda de 7,6% da produção de bens de consumo duráveis em comparação a janeiro do ano passado e explica que o recuo só não foi maior dentro desta categoria por conta da expansão da produção de eletrodomésticos (9%). Para a Capital Markets essa indústria foi beneficiada pelas medidas de desoneração tributária concedidas pelo governo no fim do ano passado, em especial a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca.