Casamento e tradi o Ensaio para o livro
Cesar Marcos Casaroto Filho
Cecil Jeanine Albert Zinani
Salete Rosa Pezzi dos Santos
Tânia Maria Cemin Wagner
A desventura na essência das coisas – que o contemplativo ariano não está propenso a afastar capciosamente -, a contradição no âmago do mundo se lhe revela como uma confusão de mundos diversos, por exemplo, de um mundo divino e um mundo humano, dos quais cada um, como indivíduo, está certo, mas, como mundo singular ao lado de outro, tem de sofrer por sua individuação. Na heróica impulsão do singular para o geral, na tentativa de ultrapassar o encanto da individuação e de querer ser ele mesmo a única essência do mundo, padece ele em si a contradição primordial oculta nas coisas, isto é, comete sacrilégio e sofre. Assim, os árias entendem o sacrilégio como homem e os semitas entendem o pecado como mulher, do mesmo modo que o sacrilégio é perpetrado pelo homem e o pecado original pela mulher.
Nietzche
O desenvolvimento econômico da sociedade instaurou uma nova ordem que serviu como base de apoio a um novo modelo de vida. Era preciso, graças ao capital que as famílias passaram a possuir, que a paternidade das crianças fosse controlada: mas como fazer isso? Com o confinamento da mulher em espaço privado, o marido teria mais segurança quanto a essa paternidade. Assim, o ato sexual monogâmico passa por uma transformação política, levando a sociedade a padronizar o casamento: as mulheres precisam se conservar virgens até que contraiam matrimônio e, após, pertençam a um só marido (ENGELS, 1980). Buscando focalizar o pensamento da mulher na ficção latino-americana, este trabalho procura discutir quais fatores do status quo contribuem para a naturalização do pensamento tanto em relação à mulher quanto ao homem. Com base nessas questões, busca-se desvelar comportamentos vivenciados no casamento, presentes na ficção, especialmente, em “Maria, a Boba”, de Isabel Allende e “Os obedientes”, de Clarice Lispector, tentando compreender as ideias