casa de pensao
A obra foi baseada num fato real: a Questão Capistrano, crime que sensibilizou o Rio de Janeiro em 1876/77, envolvendo dois estudantes, em situação muito próxima à da narração de Aluísio Azevedo. Neste livro, o autor estuda as influências da sociedade sobre o indivíduo sem qualquer idealização romântica, retratando rigorosamente a realidade social trazendo para a literatura um Brasil até então ignorada.
Autor fiel à tendência naturalista difundida pelo realismo, Aluísio Azevedo focaliza, nesta obra, problemas como preconceitos de classe, de raças, a miséria e as injustiças sociais. Descreve a vida nas pensões chamadas familiares, onde se hospedavam jovens que vinham do interior para estudar na capital. Diferente do romantismo, o naturalismo enfatiza o lado patológico do ser humano, as perversões dos desejos e o comporta-mento das pessoas influenciado pelo meio em que vivem.
Amâncio, por exemplo, ajuda a família de Coqueiro para apenas desfrutar bons momentos de prazer com Amélia, sem assumir qualquer tipo de compromisso. Mantém a moça como uma cortesã.
Coqueiro, apesar de afirmar que interessa-se apenas em arrumar para Amélia um bom casamento, na verdade, quer é garantir seu sustento por meio da fortuna do cunhado. Sendo assim, não importa em colocar a moça nas mãos do estudante de medicina. De maneira semelhante pensa Mme. Brizard, para a francesa o que importa é garantir seu conforto e a internação de Nini, sua filha histérica, numa casa de saúde.
Falando na filha da esposa de Coqueiro, Nini; faz-se mister destacar que o histerismo foi um dos temas prediletos dos naturalistas. O assunto foi fortemente explorado por Aluísio Azevedo em O homem, por meio da personagem Magdá. Porém, é estranho notar que a obra não é considerada naturalista.
Ainda no tocante às personagens, cabe-nos realizar algumas considerações sobre os hóspedes.
Um deles, um doente que sofre com a tuberculose, é afastado de todos. Por meio deles, Azevedo