casa city boaçava
Esses grandes fechamentos, portanto, não chegam ao solo do terreno em aclive. Funcionalmente, em termos de fluxos da residência, até poderiam estender-se em parte diretamente até a fundação, mas são apenas quatro pilares redondos, dois em cada empena, que desempenham tal função.
Posicionados centralmente nas empenas, à distância de cinco metros entre si e definindo balanço de cerca de seis metros na direção das fachadas, esses elementos estruturais criam interessante tensão na percepção de como se sustenta a edificação. Essa qualidade inquietante é otimizada ainda pelo fato de o par frontal de pilares estar isolado do convívio social da casa, no piso inferior da garagem. Parece, então, que todo o volume construído se apoia apenas em dois pontos estruturais.
Embora as empenas suspensas liberem quase a totalidade do térreo para a fruição das áreas externas de estar, as abas que elas conformam sob a laje de piso do pavimento superior acabam por minimizar a percepção da existência de edificações vizinhas, como se não se tratasse de uma casa urbana. E era justamente esse o propósito do projeto, ou seja, isolar a residência do seu entorno imediato. Entra em cena, assim, o pátio central e descoberto, que setoriza os espaços frontal e posterior da moradia. Em resumo, trata-se de uma abertura generosa em torno da qual estão organizados, no pavimento superior, os setores íntimos transversais e a grande sala longitudinal, atualmente utilizada como escritório.
Estes, por sua vez, estão protegidos das intempéries por meio de esquadrias fixas e móveis, feitas com vidro do piso ao teto. É interessante notar que o posicionamento desalinhado das escadas que dão acesso ao piso superior e à cobertura - nesta última há um espelho d’água contínuo e um grande deque de madeira - salienta visualmente a importância do pátio central ao multiplicar