Cartografia Social Como Subsídio de Instrumentalização Na Garantia do Território da Comunidade do Cumbe - Aracati - Ceará
Ana Karolina de Oliveira Sousa1
Brenda Thaís Galdino da Rocha 2
Rafael Valente Rodrigues Silva3
João Luís Joventino do Nascimento4
Francisco Régis Barbosa Capistrano 5
A Comunidade do Cumbe localiza-se no município de Aracati, litoral leste do Ceará a 160 km da capital Fortaleza. É circundada pelo Rio Jaguaribe, manguezais, carnaubais, campo de dunas, lagoas periódicas e o mar, compondo assim, juntamente com outras comunidades, a única Área de Preservação Ambiental do município – APA de Canoa Quebrada. É formada por pescadores, agricultores e artesãos, onde o principal meio de sobrevivência e lazer reside na relação tradicional com seu território, o ecossistema manguezal. Essa característica o diferencia dos demais grupos que vivem na zona costeira. Porém, a relação da comunidade com os recursos ambientais sofre ameaças desde a segunda metade do século XX quando começaram a ser instalados na região grandes empreendimentos, dentre eles destacam-se três de maior impacto: i) Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) – Que privatizou os recursos hídricos e com a retirada excessiva, propiciou mudanças drásticas na fauna e flora local, ii) Criação de camarão em cativeiro – Carcinicultura que também vem causando diversos problemas sociais e ambientais como a privatização do manguezal e áreas do rio Jaguaribe, impossibilitando a atividade da pesca, mortandade de peixes, caranguejos e desmatamento, iii) Instalação de parques de energia eólica nas dunas, atividades estas que, até os dias atuais vem gerando diversos conflitos socioambientais e negações de direitos, além de profundas e rápidas transformações de seus espaços. Conforme o que foi explicitado, tem-se um verdadeiro desequilíbrio ambiental com perda da identidade cultural e destruição ecológica embasada pelos recursos públicos e falácias de desenvolvimento sustentável. Nesse