carlota joaquina
CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL, foi lançado em 1995, e foi dirigido por Carla Camurati, que também co-escreveu o roteiro (com Melanie Dimantas e Angus Mitchell). Esse filme marcou a retomada das produções cinematográficas brasileiras, depois de um hiato nas produções devido à crise econômica de 1992 e as políticas do presidente Fernando Collor de Mello que praticamente desmantelaram a cultura nacional – incluindo o cinema. Ou melhor, foi um dos filmes que marcaram a retomada: ele foi precedido por Lamarca, de Sérgio Rezende (1994), que, assim como CARLOTA JOAQUINA, tem um fato histórico como pano de fundo. Bem. Com um elenco bem conhecido da televisão e do cinema, CARLOTA JOAQUINA se propõe a fazer uma cinebiografia da princesa espanhola Carlota Joaquina de Bourbon (1775-1830), esposa do imperador D. João VI, o então Príncipe Regente de Portugal que veio ao Brasil, trazendo sua corte, para fugir da invasão de Napoleão Bonaparte ao seu país. É a bem conhecida história da vinda da Família Real ao Brasil, contada tendo por base a vida da princesa, que é retratada de forma negativa no filme.
Bem. O filme em questão, apesar do sucesso de público, é praticamente odiado pelos historiadores, pois os fatos e personagens são retratados, embora com alguma fidelidade histórica, de uma forma muito caricatural. O filme, em que a diretora lança muito mão da “licença poética” e da liberdade de criação, reforça alguns dos estereótipos que a história tradicional sempre atribuiu à vida de D. João VI, e transforma o fato histórico numa grande comédia farsesca. A própria diretora Camurati já havia afirmado que optou por esse caminho, atualmente tão discutido pelos historiadores, “porque não pode evitar”. Calma, vou explicando calmamente ao longo do artigo.
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