capítuloIII Racismo Assis; Olney Queiroz
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a adaptação dos indivíduos deculturas diferentes; outros acreditam na diversidade
de culturas e por causa disso defendem o direito das
minorias, dos dissidentes, dos marginalizados e dos
colonizados de preservar a sua própria cultura. É
comum, nessas situações, estabelecer conexões
entre etnias e culturas que podem resultar na
hipótese de que cultura é transmitida pela raça. A
conexão raça-cultura possibilitou o surgimento da
doutrina racista.
Conforme Lévi-Strauss (1980b: 47), “o pecado
original da antropologia consiste na confusão entre a
noção meramente biológica da raça (supondo, por
outro lado, que, mesmo nesse campo limitado, essa
noção possa pretender atingir qualquer objetividade,
o que a genética moderna contesta) e as produções
sociológicas e psicológicas das culturas humanas.
Bastou a Gobineau (fundador da doutrina racista) ter
cometido esse pecado para se ter encerrado no
círculo infernal que conduz de um erro intelectual,
não excluindo a boa-fé, à legitimidade involuntária de
todas as tentativas de discriminação e de
exploração”.
O racismo é o desdobramento moderno mais
nefasto e cruel da ideologia da recusa do estranho.
Os seus efeitos devastadores sobre as relações
humanas justificam o interesse que antropólogos e
juristas dedicam ao assunto, motivo pelo qual será
examinado no capítulo seguinte.
III RACISMO
1. DOUTRINA RACISTA
Johann Blumenbach, considerado o fundador da
antropologia física, dividiu a espécie humana em
cinco raças e explicou as diferenças raciais como
consequência das influências ambientais sobre uma
forma ancestral única e comum a todos os homens
(MELLO, 1982: 190). Essa teoria, ao estabelecer que
todos os seres humanos têm uma origem comum,
reafirma a crença do iluminismo na unidade da
humanidade. Mas, ao afirmar a existência de raças,
tornou possível o estabelecimento de um