Capitallismo
Se durante os quase 75 anos de comando socialista (1917-1991) a sociedade russa pregou a igualdade de condições para todos, hoje ela é profundamente dividida entre o mundo da riqueza e do luxo – habitado por insignificante minoria – e o universo do declínio social e de árdua luta pela sobrevivência – onde milhões de russos se debatem. Dados oficiais do governo indicam que a renda média dos mais ricos é 15 vezes superior à dos mais pobres no país. Em Moscou, a discrepância é ainda mais gritante: os mais pobres ganham, em média, 53 vezes menos, o que vem insuflando manifestações públicas e protestos populares contra a desigualdade social resultante da introdução do capitalismo na ex-União Soviética.
Segundo o Banco Mundial, 22% da população russa – estimada em 148,893 milhões de pessoas – vivem abaixo do nível da pobreza, definido pela renda mensal de 1.000 rublos, o correspondente a 29 euros ou 38 dólares. E essa dramática situação pode ainda piorar, já que a maioria das famílias russas de classe média está classificada pouco acima da linha de pobreza. Cálculos do Banco Mundial divulgados em julho de 2006 sugerem que um decréscimo médio de 10% da renda familiar implicaria numa elevação de 50% na taxa de miséria na Rússia.
Expectativa de vida – Aposentados e jovens representam os setores mais pobres da sociedade. O Fundo de Avaliações Sociais do país verificou que apenas 1% dos jovens consegue economizar para a velhice. Contrastando com os países ocidentais, onde a pobreza é freqüentemente concentrada nos grandes núcleos urbanos, os pobres na Rússia também estão presentes de forma bastante acentuada nas aldeias e nas pequenas cidades, generalizando os problemas educacionais e de saúde pública. Desde 1990, quase 10 milhões de russos morreram de forma prematura. O índice de mortalidade elevou-se mais de 150% desde o fim do socialismo, atingindo o pico de 16,4 mortes por 1.000 habitantes em 2003.
O homem russo comum, não