Cap2 O Anticristo

Cap. 2 - O Anticristo

O que é bom? – Tudo o que aumenta no homem o sentimento do poder, a vontade de poder, o próprio poder.
O que é mau? – Tudo o que nasce da fraqueza.
O que é a felicidade? – O sentimento de que o poder cresce, de que uma resistência foi vencida.
Não o contentamento, mas mais poder. Não a paz finalmente, mas a guerra; não a virtude, mas a excelência (virtude no estilo do Renascimento, virtù, virtude isenta de moralismos).
Os fracos e os falhados devem perecer: primeiro princípio da nossa caridade. E há mesmo que ajudá-los a desaparecer!
O que é mais nocivo do que todos os vícios? – A compaixão da ação por todos os falhados e fracos: o Cristianismo...

Bom, nosso amigo explicita muito bem o que ele acha que é o bem, o mal, a felicidade... poupando o trabalho de uma análise um pouco mais profunda em busca de tais conceitos. Mas uma análise profunda do conceito Nitzcheano revela que tais conceitos são além de incompletos, relativistas, e sendo relativo (homem medida), não o são, pois o bem comum seria impossível. Mas sem mais delongas, faremos uma análise frase a frase, no melhor estilo Leibniz. Começando.

O que é bom? – Tudo o que aumenta no homem o sentimento do poder, a vontade de poder, o próprio poder.

O que é bom? Ótima pergunta, o que é bom é a ação provida de bondade, mas a bondade tem seu sentido provido de um sumo bem, logo antes de saber o que é bom, precisamos saber o que é o bem, e se houver muitos bens, o sumo bem. Bem pode ser dito como algo que possui excelência, se há alguma excelência, significa que está o máximo sobre algo, então pode-se pressupor que há uma gradação sobre o bem, até que se chegue a uma excelência, que seria o sumo bem. Se o bem é uma excelência, ou seja, precisa ser excelência em algo, e isto começa a soar relativo; mas excelência é um conceito abstrato, e notoriamente há muitas coisas excelentes em várias áreas. Um copo pode conter água com excelência, um homem pode conduzir sua função com excelência;