Canto 9
ANTÓNIO
1 – LEITURA NA FICHA DA TABELA
Plano da viagem:
Negociações entre os portugueses e os indianos que permitem a saída de Calecute
Início da viagem de regresso a Portugal
Paragem numa ilha
Plano da mitologia
Preparação, por Vénus e Cupido de uma recompensa aos portugueses: A Ilha dos Amores
Receção dos nautas pelas ninfas e aventuras amorosas
ANA
2- CONTEXTUALIZAÇÃO COM ESTROFES ANTERIORES
Depois de todas as tormentas e perigos enfrentados pelos navegadores portugueses, Vénus auxiliada por Cupido prepara-lhes uma recompensa: uma ilha maravilhosa onde se encontram as mais belas ninfas – A Ilha dos Amores
“Nesta frescura tal desembarcaram
Já das naus os segundos argonautas,
Onde pela floresta se deixavam
Andar as belas deusas, como incautas
Algüas doces cítaras tocavam,
Algüas harpas e sonoras flautas;
Outras, cos arcos de ouro, se fingiam
Seguir os animais que não seguiam.
(...)
Duma os cabelos de ouro o vento leva
Correndo, e de outra as flaldas delicadas.
Acende-se o desejo, que se cava
Nas alvas carnes, súbito mostrada”s.
Para aumentar o desejo dos portugueses, as ninfas começaram por se mostrar resistentes acabando depois por ceder.
A ilha é símbolo de reconciliação e transcendência após as dificuldades enfrentadas no mar desconhecido. Trata-se da glorificação dos feitos heroicos que leva a imortalização do nome dos portugueses. Surge como um lugar ideal – locus amoenus (lugar ameno)
A simbologia da ilha compreende os espaços terra e mar: a terra é o espaço de realização do passado português – consolidação do Reino, o mar é o lugar do presente onde se dá a acção expansionista. Na figura da ilha concentra-se o sonho futuro onde se consumarão a grandeza e a fama.
Tétis, a maior e mais poderosa ninfa apresenta-se a Vasco da Gama dando-lhe a entender que está ali por influxo do destino “por alta influição do imóbil Fado”. Seguidamente levou-o pela mão ao alto do monte onde havia um edifício de cristal e ouro e onde continuaram os seus prazeres.