Cana verde
O Brasil é líder mundial na produção de cana-de-açúcar e de seus derivados. Segundo a Embrapa, o segmento emprega mais de quatro milhões de pessoas sendo que, em 2008, respondeu por 1,76% do PIB (Produto Interno Bruto) agrícola nacional, sendo São Paulo o Estado que mais produz. Porém, o processo tradicional de produção de cana de açúcar não é tão ecologicamente e socialmente correto. Neste processo existe um método de queimada usado para despalhar à cana e facilitar a sua colheita. A queimada trás uma série de riscos ao meio ambiente e a saúde. Parte da colheita é feita de forma mecânica e outra parte é feita por cortadores de cana. Na maioria dás vezes estes cortadores, chamado de boias-frias, são expostos ao calor excessivo causado não só pela ação solar, mas também pela prática da queimada, risco de acidentes com foices, facões e animais peçonhentos, intoxicações por agrotóxicos além de longa jornada de trabalho em ritmo acelerado.
Inúmeras são as condições adversas do trabalho: Não fornecimento de equipamentos de proteção individual; Transporte em caminhões e ônibus inapropriados; Ambiente de trabalho precário e insalubre; Desrespeito aos direitos trabalhistas. Com o Projeto Cana Verde a Native (Grupo Balbo) desenvolveu um sistema autossustentável de produção de cana-de-açúcar. O trabalho compreendeu milhares de horas de pesquisas e grandes investimentos, incluindo o desenvolvimento de uma colhedora de cana crua em colaboração com o fabricante, a sistematização de áreas para a colheita mecanizada, a adequação de variedades, a adubação orgânica, o tratamento fitossanitário e o preparo do solo, entre outras ações. O projeto envolveu muitas pesquisas e altos investimentos, desde o preparo do solo para o plantio, até o processo industrial da cana foram feitas integrações com a mais avançada tecnologia. Como resultado, a Usina São Francisco recebeu, em