Camilo boito x Le Duc e Ruskin - Resenha
430 palavras
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPECAMPUS LARANJEIRAS
NÚCLEO DE ARQUITETURA E URBANISMO
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: TÉCNICAS RETROSPECTIVAS
PROFª BETÂNIA BRENDLE
ALUNA MARCELA PEDRITA SIMÕES
RESENHA 02 – UNIDADE I
É notável que as ideias de Boito distanciavam-se de Ruskin e de le-Duc: do primeiro, à medida que não aceitava a morte certa dos monumentos e, do segundo, não aceitando levá-los a um estado que poderia nunca ter existido antes. Alertava para o perigo da forma de agir de le-Duc em função da arbitrariedade que a mesma continha e ao que poderia ser sua inevitável consequência: o triunfo do engano. Ao afastar-se das duas teorias, cria, ao mesmo tempo, uma teoria intermediária entre ambas, com a tarefa de interpretá-las e ajustá-las a realidade da sua época. Sobre as restaurações, Boito concorda que não haja “nem acréscimos, nem supressões”, ficando evidente o respeito que os acréscimos ao longo da história deveriam ter e orientando, ao mesmo tempo, a mínima intervenção.
Apesar de se basear em documentações, desenhos e fotografias, seus métodos de intervenção sofreram forte influência da “restauração estilística” de Viollet-le-Duc, mas paralelamente, preservava aspetos da degradação natural das edificações (pátina) como prova das marcas deixadas pelo tempo, invocando assim um certo romantismo ruskiniano.
Boito admitia contradições em suas teorias, já que o restauro era um assunto novo. Em alguns aspectos, suas idéias aproximavam-se das de Ruskin, principalmente em relação à valorização das ruínas pelo reconhecimento de sua beleza e a aceitação da presença de marcas históricas em uma obra. As ruínas deveriam ser mantidas como tal pela conservação do edifício e não por meio de uma intervenção profunda em que lacunas seriam acrescidas de novos elementos levando ao aspecto original, como defendia Viollet-le-Duc. Basicamente, sua forma de pensar a intervenção sobre o legado do passado é resultante de um equilíbrio entre as