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Instituto de Física e Matemática Depto de Matemática e Estatística Curso de Licenciatura em Matemática
O Ensino de Matemática no Brasil
Esse texto, parte da Dissertação de Mestrado intitulada “Livro didático de Matemática: uma abordagem histórica (1943-1995)”, apresenta uma breve revisão sobre a história da Matemática escolar no Brasil, indicando alguns aspectos significativos do desenvolvimento dessa disciplina. De acordo com D’Ambrosio (1999), os países periféricos não participaram do progresso da Matemática antes do final do século XIX, ocorrendo até esse momento apenas uma recepção e não a elaboração do conhecimento matemático. Assim, o resgate do saber e do fazer matemático nesses países relaciona-se aos momentos políticos como a conquista, o período colonial, a independência e o período de consolidação de seu território pelas novas nações. Valente (1999) apresenta uma divisão do período para o estudo do desenvolvimento da Matemática escolar no Brasil, delimitando de 1730 a 1930, o período por ele chamado de “constituição da matemática escolar tradicional ou matemática escolar clássica. Assim, distinguimos tal saber escolar daquelas outras matemáticas escolares que virão posteriormente e que é possível denominar de matemática escolar escolanovista, ou ainda, mais adiante, matemática escolar moderna” (p.193). D’Ambrosio (op.cit.) destaca que, na fase inicial do colonialismo, imediatamente posterior ao descobrimento do Brasil, havia presente no ensino da Companhia de Jesus uma considerável preocupação em relação à língua usada pelos nativos – com a finalidade de evangelização. Já o padre José de Anchieta veio a escrever a primeira gramática e dicionário Tupi-Guarani – com a finalidade de instrumentar os missionários. Não se percebeu, no entanto, a mesma preocupação em resgatar as atividades de natureza matemática desenvolvidas pelos nativos, como se percebeu em relação à língua que usavam. Encontramos em Valente (1999) que