caila
Personagens: Gabriela, Horácio, Laura, Conselheiro Acácio.
Espaço: Rio de Janeiro.
Narrado em 3ª pessoa onisciente, tem o seguinte enredo:Gabriela é empregada na casa do casal Laura e Conselheiro Acácio, que se tornam padrinhos de seu filho e o criam após a sua morte. No início do conto, discute com a patroa por não obter permissão para levar a criança ao médico, já que esta estava enferma. Durante a discussão, e diante da negativa da patroa, Gabriela diz ter conhecimento dos relacionamentos extra-conjugais de Dona Laura, ficando um silêncio sepulcral entre ambas, até que o choro convulsivo da patroa leva a empregada também às lágrimas.
Lima Barreto utiliza o caso criado na narrativa para manifestar sua idéia acerca da igualdade imanente dos seres, iguais em desgraça e frustração, humanos na mais pura e cristalina acepção que a palavra possui, igualdade negada pelos adereços sociais da fortuna, da sorte, do status e da pele, mas que o instinto, a dor, o sofrimento e outras ações imanentes e naturais, vêm revelar e trazer à tona.
A empregada resolve sair da casa da patroa após ter lhe ofendido, revelando escrúpulos que a outra não demonstrara em relação ao marido que traía, embora o narrador mostre sua fragilidade emocional em função da frieza do conselheiro em sua relação com a esposa. Gabriela vaga pelas ruas da cidade à caça de emprego mas não consegue, e enquanto procura, deixa o filho com uma amiga que o maltrata, impaciente com o choro que não fora trazido ao mundo por ela. Passando coincidentemente pela porta da casa da ex-patroa, Gabriela é vista e pára para conversar. Dona Laura lhe convida a retornar, e após pensar e relutar, Gabriela, sem outra alternativa capaz de dissuadi-la, aceita. Logo após o retorno a patroa resolve batizar o filho da Gabriela, que aceita com lágrimas nos olhos. O Conselheiro lhe dá o nome de Horácio, pois a criança nem mesmo possuía um antes, fornecendo-lhe também tratamento médico regular e