Brian eno em my life of the bush of ghosts
FELIPE KOCH DA SILVEIRA E MÔNICA ROSSI
Introdução Em um artigo sobre música contemporânea, Brian Eno pediu o fim das possibilidades e o retorno da intimidade, do intuitivo. O produtor reclama da enorme gama de opções que os últimos sintetizadores sonoros possuem. Em The Revenge of Intuitive, Eno relata o novo sintetizador que estava utilizando: ele tem mais de 10 mil controles, o que faz com que qualquer efeito musical que antes demandavam apenas um clique agora exigem um elaborado exercício cerebral para coordenar as seqüências de comandos. A cada nova tentativa o técnico de som tinha de sair da conversa “musical” para trabalhar com a máquina, uma barreira tecnológica estava se interpondo. COLOCAR INDICAÇÃO (ENO, INTERNET,1999) Neste artigo, Eno lembra que chegou a palestrar sobre as possibilidades musicais que existem dentro de um estúdio. Ele chega a dizer que “transformando som em um material maleável, os estúdios convidam você a construir novos mundos de sons como pintores constroem mundos de formas e cores”. Os estúdios abriram possibilidades e Eno estava encantado com a maneira que as pessoas utilizavam os estúdios para fazer música que de outra maneira não existiria. Mas agora ele reclama da tendência dirigida por computadores que coloca o fazer música fora do domínio da atividade muscular e sim da atividade cerebral. E essa mudança não está valendo a pena. Claro que músculos não são confiáveis, afirma Eno, mas representam milhões de anos de finesse acumulada. Os músicos apreciam “desenhar” com essa finesse. Quando essa atividade muscular se torna inútil, o processo criativo é frustrado. Ele diz não se espantar com artistas que podem comprar o melhor de qualquer coisa continuem comprando instrumentos “retrô”. Mais opções significariam maior liberdade, Eno rebate essa idéia dizendo que é necessário que o músico domine a tecnologia para extrair o melhor. Quando isso é impossível, a extensa gama de