Breve Análise Simplificada da Arte Barroca

O Barroco se trata de um movimento artístico que revela uma idéia colossal, uma impressão de algo imensurável, que se expressa por meio de obras, tanto artísticas como arquitetônicas. Com o auxílio da perspectiva e recursos espaciais, cria-se uma cena extremamente intensa e palpável, próxima ao observador. Característico do século XVII se desenvolveu em maior escala na Itália, principalmente em Roma. O ponto de fuga deixa ter ser tão centralizado e os movimentos passam a ser mais valorizados, ambas as características se contrapõem ao Renascimento. O intenso uso de cores é característico e bem pensados, “as cores na pintura são quase lisonjas para persuadir os olhos como a graciosidade dos versos na Poesia” (POUSSIN).
Um aspecto que deve ser bastante ressaltado é o uso da luz pelos artistas da época. Até então a luminosidade era usada para contornar as formas, porém torna-se uma espécie de ponto focal, de modo, assim, a formar locais iluminados e sombras em momentos específicos e precisos da cena, de maneira a intensificar o tão característico contraste.
Outra mudança perceptível neste movimento é que a arte não mais serve para apenas suscitar a admiração do observador pela beleza, mas sim “exaltar certas possibilidades de reação sentimental que já estão no espectador e que aliás, por serem comuns a todos os espectadores, constituem o caráter de determinada sociedade. (...) agora o receptor é de fato um outro, e o artista já não se esforça em ver ou sentir, mas apenas em fazer ver e sentir por meio de uma técnica que, na condição de artista, lhe é própria.” (ARGAN, 1986).
Todos esses são traços em comum das telas “Cristo Crucificado”, de Diego Velázquez, e “A Leiteira”, Johannes Vermeer. Entretanto estes se diferenciam no que se refere à temática retratada. Por um lado, Vermeer ao pintar uma cena cotidiana, sem qualquer interesse concreto pela vida social, revela o novo caráter profissional do artista que é sancionado pelas novas academias que se fixam.